Há quatro anos, Elio Sizenando divide seu tempo entre Campinas, onde mora, e Porto Feliz, sede do clube em que ele lidera o time profissional que disputará a partir do dia 06 de março a Série A3 do Campeonato Paulista. Aos 49 anos, o treinador se aproveita da experiência à frente de equipes de base no interior do Estado de São Paulo para trabalhar com um elenco profissional muito jovem, que tem como primeiro objetivo chegar entre as oito melhores equipes do torneio.
“A gente sempre pensa em estar entre os primeiros colocados e, claro, tentar o melhor, que seria o acesso [à Série A2], mas prefiro me concentrar no resultado de cada jogo, ir passo a passo. Temos um grupo jovem e competente, que joga com intensidade. Vamos encontrar algumas dificuldades, como viagens longas e pouco tempo de recuperação, mas estamos trabalhando para estar bem em cada confronto”, comentou Elio.
Para isso, o treinador conta com recursos de gestão e de infraestrutura raramente vistos em equipes rivais: “O nível de organização no Desportivo Brasil é bem diferente do que vi na maioria dos clubes por onde passei. A estrutura e as condições de trabalho no dia a dia são comparáveis a clubes grandes e ajudam a tirar o máximo do atleta dentro do pensamento de ajudá-lo a evoluir, colocá-lo no mercado nacional e até mesmo internacional. Se existe planejamento e organização fica mais fácil imaginar que esses objetivos possam ser realizados”.
Para alcançar os melhores resultados, além dos atletas, Elio conta com uma comissão técnica que trabalha há muitos anos em conjunto. “Tivemos somente duas admissões recentes, mas os demais profissionais já estavam no clube. Eu sou uma pessoa muito aberta, pego informações com todo mundo. Na comissão, todo mundo se ajuda. Tenho um apoio muito grande do Mario [preparador de goleiros] e do Carlos, auxiliar com muita experiência”, cita ele.
Foto: Renan Camargo/DB
A preocupação com o extra-campo é uma constante na rotina do comandante. Elio comenta sobre a importância de os atletas seguirem as orientações de profissionais como fisioterapeutas, nutricionistas etc e levanta a questão da formação humana: “Hoje em dia não é só jogar bola; tem que ser profissional fora do campo também. Ensino o valor de um bom dia, boa tarde, obrigado e por favor. Eu pego no pé mesmo. Explico a importância de chegar cedo no treino, melhorar algo depois do treino, se alimentar conforme o recomendado… Coisinhas que vão ficando na cabeça deles para, quando chegarem no clube maior, serem considerados bons profissionais. O mercado está muito competitivo e, quanto melhor preparado o atleta estiver, maiores são as chances de ele evoluir e continuar em times grandes”.
Desde o ano passado, o treinador passou a ter um novo fator para lidar durante a preparação do Dragão. A pandemia do novo coronavírus levou o clube a adotar um protocolo rígido para diminuir riscos e proteger seus profissionais. Atletas e comissão técnica estão alojados no Centro de Treinamento devido ao Programa de Prevenção à Covid-19 implementado pelo Desportivo Brasil. Como um dos efeitos práticos da atual situação mundial, o veto a torcedores em jogos oficiais altera as condições normais de trabalho nas partidas. “Eu acho jogo sem público chato, mas acredito que isso vai acabar ajudando bastante porque temos um grupo muito jovem. Dependendo do time, jogaríamos com bastante torcida contra e aumentaria a pressão. Agora isso se igualou”, finalizou o treinador.